É simples: Noah Peterson e eu somos inimigos. Nossos colegas professores sabem disso, nossos amigos sabem disso – até a senhora do drive-thru do Starbucks sabe disso, pois toda segunda-feira ela rabisca o nome “B. Mole” para mim no cappuccino de Noah quando pego o pedido semanal do grupo.
O lamentar estridente do sino da escola anuncia o início da partida de rancor sem limites de cada dia. Como nenhum de nós está querendo ser demitido ou jogado na prisão, guerreamos com nossas palavras e nossa inteligência. Nós preferimos brincadeiras a mordidas. Durante todo o dia, estou no limite, olhando em cada esquina, esperando que ele faça o seu pior. Justo quando eu acho que não aguento ver seu rosto (lamentavelmente) bonito por mais um minuto, o dia escolar acaba.
O verão geralmente oferece o alívio mais doce – uma desintoxicação de Noah de dois meses – mas não este ano.
“Precisamos de dois voluntários para acompanhar um grupo de alunos da oitava série em Roma” torna-se uma competição orgulhosa que nenhum de nós está disposto a perder. Nós dois queremos aquele cheque de bônus.
“Recue”, eu digo a ele.
“Assustada?”, ele provoca.
Ninguém acha uma boa ideia irmos juntos a Roma, muito menos eu. Levar essa batalha para o exterior só levará ao caos e à miséria.
Ding. Senhoras e senhores do voo UA447 com destino a Roma, apertem os cintos.
Estamos destinados a ter uma viagem turbulenta.
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