ALEXANDRE VALADARESJamais imaginei que no alto dos meus trinta e seis anos cogitaria me casar, mas me sentia pressionado a cumprir com o plano de sucessão da empresa, senão o controle passaria para as mãos de um executivo de fora, escolhido pelos acionistas e pelo meu próprio pai.
Precisava encontrar alguém que aceitasse ser a minha esposa de fachada. Mas não pretendia propor um acordo a uma mulher qualquer. Afinal, ela sairia com uma conta bancária recheada de vários dígitos e com o caminho livre para buscar a verdadeira felicidade no prazo de um ano. Então tive a grata surpresa de reencontrar a comissária de bordo após ter levado um fora dela enquanto curtia a noite paulistana. Só precisava convencê-la a assinar um acordo pré-nupcial, cuja cláusula a proibia de engravidar para me resguardar de eventuais problemas.
MELISSA ALBUQUERQUE
Eu me tornei comissária executiva em substituição da Astramed Medicamentos. Eu só queria um emprego, não queria um marido. De repente, um dos homens mais cobiçados do país me faz uma proposta, logo após uma tórrida noite de paixão. Primeiro veio o desespero com a descoberta da gravidez — improvável segundo os médicos, — e logo na sequência a euforia por reconhecer que dentro de mim havia um ser pequenino e indefeso em formação, mas também veio a dúvida sobre os riscos que isso poderia me causar.
Ele seria capaz de se recusar a reconhecer um filho? De assumir a paternidade?
Só havia uma maneira de descobrir e me faltava a coragem que a minha mãe teve, quando revelou a gravidez a um homem que só se aproveitou da sua ingenuidade e inocência. Talvez devesse contar para o pai do meu filho, mas não suportaria ser rejeitada. Alexandre me acusaria de engravidar de propósito, para ter acesso à sua fortuna.
O meu próprio pai nunca quis saber de mim. Será que meu filho também teria o mesmo destino?
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